O ganho inesperado

O ganho inesperado

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Mente inquieta, corpo em movimento – elementos se reelaboram no espaço. De camisa berrante e calça azul, Penna Prearo carrega a estátua de lá para cá. O cavalinho de brinquedo. As ballerinas. O pano. Um tronco apodrecendo na realidade: imortalizado em seu desfalecimento na foto. A precisão de seus movimentos com a câmera é contraposta à imprecisão dos movimentos de um olhar atento a tudo, do corpo congelado no espaço, do detalhe impercebido.

Entre um clique e outro, um reflexo ou movimento. “É isso que o poeta fala do ganho inesperado”.

Assim, de acaso em acaso, os olhos do fotógrafo criam arte onde os olhos comuns não veem. Em suas inversões/invenções, as fotos ganham cores ainda inexistentes, movimentos contra-intuitivos, revelações nonsense sobre a vida, que parece impossível de explicar. E que o olhar do fotógrafo nos ajuda a entender.

Texto: Laura Barile  Fotos: Eduardo Barile